PCMG

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Entrevista ping pong com Luis Flávio Sapori

O blog Polícia Civil Por Mais Vagas entrevistou o especialista em Segurança Pública Luis Flávio Sapori.

Por: Veridiane Marcondes

Luis Flávio Sapori possui doutorado em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do RJ/ IUPERJ (2006). Foi Secretário Adjunto de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais no período de janeiro/2003 a junho/2007. Também coordenou o Instituto Minas Pela Paz no biênio 2010-2011. Atualmente é professor do curso de ciências sociais da PUC Minas como também é coordenador do Centro de Estudos e Pesquisa em segurança pública (CEPESP - PUC Minas). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia do Crime e da Violência, atuando principalmente nos seguintes temas: justiça criminal, polícia, organizações, e violência. É autor de diversos artigos científicos e de livros, destacando-se SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL- DESAFIOS E PERSPECTIVAS, publicado pela Editora Fundação Getúlio Vargas, e CRACK - UM DESAFIO SOCIAL, publicado pela Editora PUC Minas.




Veridiane Marcondes O sr. acredita que a criminalidade ou os tipos de crimes aumentaram em Minas Gerais devido a falta de efetivo na Polícia Civil, que é a polícia que investiga?

Sapori - A falta de efetivo da Polícia Civil prejudica diretamente a qualidade do trabalho da Instituição. À medida que se tem a escassez de policiais para investigar, realizar o trabalho cartorário, aumentam a sobrecarga de trabalho sobre os policiais existentes, o tempo de investigação e a repressão ao crime. Na prática aumenta também a impunidade e a incidência dos crimes de homicídios e roubos no dia-a-dia. Nos últimos cinco anos a Polícia Civil foi colocada em segundo plano, o Governo passado não deu a devida atenção, agora a situação veio à tona e a carência de recurso humano é grave. O Estado precisa resolver de alguma maneira um erro de planejamento, erro tal que impactou diretamente a capacidade operacional da Polícia Civil nesses últimos anos.

V.M Em campanha o governador Pimentel prometeu um aumento de efetivo em 12 mil policias tanto para a Polícia Civil quanto para a Polícia Militar. Como especialista em Segurança Pública quais os desafios que o governador enfrentará para cumprir com o prometido?

Sapori - É fundamental que o governador Pimentel componha esses quadros da Polícia Civil, que ele possa realizar os concursos públicos conforme prometido, porque se não fizer o problema vai continuar afetando a qualidade do trabalho da Instituição. Certamente essa medida não é simples, porque os recursos financeiros disponíveis são poucos, a situação financeira do Estado não é boa e isso é de conhecimento público, e pode impactar a capacidade de contratar novos policiais. Não tenho certeza se o governador Pimentel vai conseguir cumprir a promessa de 12 mil policiais entre as polícias Civil e Militar, se ele conseguir será com muito sacrifício, mas se o governador atender pelo menos metade disso, em quatro anos, aliviará o Estado.


V.M Minas Gerais ficou seis anos sem realizar concurso para Investigador, o ideal seria um concurso de quanto em quanto tempo?


Sapori - O ideal seria o concurso de dois em dois anos, entre um concurso público e a capacitação policial, e a sua entrada em efetividade, demora aproximadamente dois anos.


A entrevista realizada com Luis Flávio Sapori foi para discutir a falta de efetivo da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por isso que o entrevistado cita somente a PCMG.

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