O
blog Polícia Civil Por Mais Vagas entrevistou o especialista em Segurança
Pública Luis Flávio Sapori.
Por:
Veridiane Marcondes
Luis
Flávio Sapori possui doutorado em Sociologia pelo Instituto Universitário de
Pesquisas do RJ/ IUPERJ (2006). Foi Secretário
Adjunto de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais no período de
janeiro/2003 a junho/2007. Também coordenou o Instituto Minas Pela Paz no
biênio 2010-2011. Atualmente é professor do curso de ciências sociais da PUC
Minas como também é coordenador do Centro de Estudos e Pesquisa em segurança
pública (CEPESP - PUC Minas). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase
em Sociologia do Crime e da Violência, atuando principalmente nos seguintes
temas: justiça criminal, polícia, organizações, e violência. É autor de
diversos artigos científicos e de livros, destacando-se SEGURANÇA PÚBLICA NO
BRASIL- DESAFIOS E PERSPECTIVAS, publicado pela Editora Fundação Getúlio
Vargas, e CRACK - UM DESAFIO SOCIAL, publicado pela Editora PUC Minas.
Veridiane Marcondes – O
sr. acredita que a criminalidade ou os tipos de crimes aumentaram em Minas Gerais
devido a falta de efetivo na Polícia Civil, que é a polícia que investiga?
Sapori - A falta de efetivo da Polícia Civil prejudica
diretamente a qualidade do trabalho da Instituição. À medida que se tem a
escassez de policiais para investigar, realizar o trabalho cartorário, aumentam
a sobrecarga de trabalho sobre os policiais existentes, o tempo de investigação
e a repressão ao crime. Na prática aumenta também a impunidade e a incidência
dos crimes de homicídios e roubos no dia-a-dia. Nos últimos cinco anos a Polícia
Civil foi colocada em segundo plano, o Governo passado não deu a devida atenção,
agora a situação veio à tona e a carência de recurso humano é grave. O Estado precisa
resolver de alguma maneira um erro de planejamento, erro tal que impactou
diretamente a capacidade operacional da Polícia Civil nesses últimos anos.
V.M – Em
campanha o governador Pimentel prometeu um aumento de efetivo em 12 mil policias
tanto para a Polícia Civil quanto para a Polícia Militar. Como especialista em
Segurança Pública quais os desafios que o governador enfrentará para cumprir
com o prometido?
Sapori - É fundamental que o governador Pimentel
componha esses quadros da Polícia Civil, que ele possa realizar os concursos
públicos conforme prometido, porque se não fizer o problema vai continuar
afetando a qualidade do trabalho da Instituição. Certamente essa medida não é
simples, porque os recursos financeiros disponíveis são poucos, a situação
financeira do Estado não é boa e isso é de conhecimento público, e pode
impactar a capacidade de contratar novos policiais. Não tenho certeza se o
governador Pimentel vai conseguir cumprir a promessa de 12 mil policiais entre as
polícias Civil e Militar, se ele conseguir será com muito sacrifício, mas se o
governador atender pelo menos metade disso, em quatro anos, aliviará o Estado.
V.M – Minas
Gerais ficou seis anos sem realizar concurso para Investigador, o ideal seria
um concurso de quanto em quanto tempo?
Sapori - O ideal seria o concurso de dois em
dois anos, entre um concurso público e a capacitação policial, e a sua entrada em
efetividade, demora aproximadamente dois anos.
A entrevista realizada com Luis Flávio Sapori foi para discutir a falta de efetivo da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por isso que o entrevistado cita somente a PCMG.